sexta-feira, 20 de junho de 2008

Veículos eléctricos

Para quem não acredita que os veículos eléctricos (a 100%) são viáveis, consulte, com muito cuidado:

http://www.teslamotors.com/

Comentários mais aprofundadfos, numa próxima oportunidade...

Ainda uma pequena amostra - já na Europa. Está em Francês:

http://videos.tf1.fr/video/sport/automoto/0,,3858489,00-video-automoto-essai-supercar-tesla-roadster-.html

Há muita coisa no Youtube.

Em 2010, estes Srs começarão a produzir um sedan de 5 portas.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Da gasolina e do jornalismo

Farto da histeria colectiva sobre a estória dos combustíveis, decidi enviar um mail (mal educado, admito) de protesto ao Sr. Camilo Lourenço, por atirar - injustificadamente - mais achas na fogueira.

Dizia então o o senhor, no JN:

"Um dos aspectos mais interessantes das reacções ao estudo da Autoridade da Concorrência (AdC) sobre o mercado de combustíveis foi a descrença que as suas conclusões causaram no cidadão comum (desde o mais humilde ao mais sofisticado). A mensagem é clara: embora o regulador não tenha encontrado indícios de cartelização e concertação de preços, os portugueses duvidam das gasolineiras. Não sabemos se as petrolíferas ficaram felizes com as conclusões da AdC. Embora se suspeite que sim, a avaliar pelo alívio que provocaram as declarações de Manuel Sebastião. É pena, porque não há coisa pior, para uma empresa, do que ter um cliente que acha que se estão a rir à sua custa. Veja-se o que se passou nas ultimas duas semanas. Com o petróleo a bater sucessivos recordes, "picando" os 135 dólares, os aumentos de preços foram contínuos. Mas quando o petróleo começou a descer (na última semana e meia o preço caiu de forma pronunciada, chegando a roçar os 122 dólares por barril), os preços ao consumidor só baixaram uma vez e de forma muito tímida Faz sentido? Não. Porque se foram as gasolineiras a instituir revisões semanais de preços, já deviam ter repercutido, a jusante, as descidas dos últimos dias. E por estas e por outras que temos de compreender a frustração dos consumidores e admitir a suspeita de que alguma coisa não vai bem no mecanismo de formação dos preços dos combustíveis. camilolourenco@gmail.com Um dos aspectos mais interessantes das reacções ao estudo da Autoridade da Concorrência (AdC) sobre o mercado de combustíveis foi a descrença que as suas conclusões causaram no cidadão comum (desde o mais humilde ao mais sofisticado). A mensagem é clara: embora o regulador não tenha encontrado indícios de cartelização e concertação de preços, os portugueses duvidam das gasolineiras. Não sabemos se as petrolíferas ficaram felizes com as conclusões da AdC. Embora se suspeite que sim, a avaliar pelo alívio que provocaram as declarações de Manuel Sebastião. É pena, porque não há coisa pior, para uma empresa, do que ter um cliente que acha que se estão a rir à sua custa. Veja-se o que se passou nas ultimas duas semanas. Com o petróleo a bater sucessivos recordes, "picando" os 135 dólares, os aumentos de preços foram contínuos. Mas quando o petróleo começou a descer (na última semana e meia o preço caiu de forma pronunciada, chegando a roçar os 122 dólares por barril), os preços ao consumidor só baixaram uma vez e de forma muito tímida Faz sentido? Não. Porque se foram as gasolineiras a instituir revisões semanais de preços, já deviam ter repercutido, a jusante, as descidas dos últimos dias. E por estas e por outras que temos de compreender a frustração dos consumidores e admitir a suspeita de que alguma coisa não vai bem no mecanismo de formação dos preços dos combustíveis. camilolourenco@gmail.com "

Só que está errado. O relatório da AdC - se estiver correcto - diz que existe um lapso de tempo - um lag - entre o preço do Brent e o impacto dess preço à saída das bombas - qualquer coisa como 3 ou 4 semanas.

Ora o Sr. diz que os preços são revistos semanalmente e portanto já devia ter reflectido as descidas.

Só que o facto de rever semanalmente, não quer dizer que o lag não seja de 3 semanas. Ou seja, todas as semanas os preços são revistos em função dos preços do Brent de há 3 semanas atrás. Isto é, a frequência da revisão é semanal, mas a referência de cada revisão é de há 3 semanas.

E é isto que está na apresentação do relatório feita na AR.

E é isto que o Sr. não percebe.

Foi esta a troca de mails. O meu protesto, mal educado:

"Pois é, mas se V. Exa tivesse lido efectivamente o relatório, como era sua obrigação, teria visto que os aumentos da semana passada da gasolina e gasóleo não respeitam às últimas subidas. Veja a parte que fala sobre o lag temporal entre o preço do brent e o preço da gasolina na bomba... É que bastava ler a apresentação, é grande mas dá menos trabalho."

Ao que o dito Sr., rude mas merecidamente, respondeu:

"Pedro, eu li o relatório. Mas quem disse que os preços se acertam semanalmente, para fazer face à volatilidade da semana anterior, foi o digníssimo representante de uma petrolífera. Pessoalmente...Assim, antes de fazer acusações (como é sua obrigação), pergunte. Eu sei que dá mais trabalho...CL"

Ou seja, ou não compreendeu o relatório, ou não compreendeu o 'representante'. É que, tendo entendido o que entendeu, claramente não se preocupou em saber o porque da discrepância. E trucla! Toca a fazer a crónica fácil.

A minha resposta (sem resposta de volta):

"Caro Camilo,

Os preços acertam semanalmente, mas com um lag, tal como está no relatório (assumo, obviamente, que o relatório está correcto). Assim, e se a memória não me falha, falava-se num lag de 3-4 semanas. isto quer dizer que esta semana, acerta-se face ao Brent 3 semanas antes. Pra semana, acerta-se em função do Brent 3 semanas antes. Portanto, as subidas (semanais) da semana passada são fruto do que aconteceu ao Brent há 3 semanas. O facto de se acertar semanalmente, não invalida o lag, Por sua vez, isto quer dizer que as descidas desta semana (se a cotação USD/€ se mantivesse) serão reflectidas daqui a 3 semanas. O acerto é semanal, (frequência do acerto) mas o lag é de 3 semanas (referência do acerto). Uma coisa não invalida a outra, pelo que se mantém o meu comentário. Admito, talvez um pouco mais rude do que devia.
Cumprimentos,"

Será assim tão difícil ter algum jornalismo sério? Eu sei que é uma crónica e que, por definição, se trata de uma opinião. Também sei que a estupidez é livre (ou pelo menos, devia ser). Mas não seria exigível, aos arautos da opinião (mesmo que pobrezinhos e vazios) que num ambiente de histeria colectiva, tivessem um pouco mais de cuidado?...

Não é que alguém lhe ligue muito...

Não é que seja o único...

Mas que raio!

Para quem quiser:

http://www.concorrencia.pt/download/AudicaoParlamentar_3_06-2008_PPT.pdf (apresentação)

http://www.concorrencia.pt/download/AdC_Relatório_Petrolíferas__02-06-2008.pdf (relatório)

quinta-feira, 5 de junho de 2008

A minha próxima vida

"Na minha próxima vida quero vivê-la de trás para a frente. Começar morto para despachar logo esse assunto. Depois acordar num lar de idosos e sentir-me melhor a cada dia que passa. Ser expulso porque estou demasiado saudável, ir receber a pensão e começar a trabalhar, receber logo um relógio de ouro no primeiro dia. Trabalhar 40 anos até ser novo o suficiente para gozar a reforma. Divertir-me, embebedar-me e ser de uma forma geral promíscuo, e depois estar pronto para o liceu. Em seguida a primária, fica-se criança e brinca-se. Não temos responsabilidades e ficamos um bébé até nascermos. Por fim, passamos 9 meses a flutuar num spa de luxo com aquecimento central, serviço de quartos à descrição e um quarto maior de dia para dia e depois Voila! Acaba como um orgasmo! I rest my case. "

Woody Allen